Comunicação é como um iceberg: o essencial está na parte que ninguém vê
4/16/20252 min read


Quando falamos em comunicação, é comum pensarmos apenas no que é visível: uma apresentação impactante, um e-mail bem escrito, uma fala segura em uma reunião. Mas, assim como um iceberg, a parte que aparece é só uma pequena fração da complexidade real.
Lá em 1948, os engenheiros Claude Shannon e Warren Weaver propuseram a Teoria Matemática da Comunicação, estudando o funcionamento de um telégrafo. A proposta era entender como a mensagem saía de um emissor, passava por um canal e chegava ao receptor. Essa visão foi revolucionária para os estudos de engenharia e comunicação da época — mas, apesar de ainda muito citada, é importante lembrar: ela foi pensada para sistemas mecânicos, não humanos.
Comunicação entre pessoas nunca foi linear. Sempre foi sistêmica, contextual, viva. E é justamente por isso que eu gosto de compará-la com um iceberg.
O que vemos na superfície — o que se diz, o que se escreve, o que se posta — é apenas a ponta. A base invisível é imensa e fundamental. Nela estão:
o contexto (quem fala, quando fala, com quem, por quê);
a intenção (o real objetivo da mensagem);
a preparação (tempo investido para refletir sobre o conteúdo e o canal);
a pesquisa (dados, argumentos, referências);
a revisão (afinar o tom, o vocabulário, ajustar os detalhes);
e muitas outras tarefas silenciosas que dão sustentação à comunicação assertiva.
Boa parte dos ruídos, mal-entendidos e conflitos nasce justamente dessa base invisível. Quando uma mensagem parece "desproporcional", "seca", "inadequada", ou quando simplesmente não gera o efeito desejado, muitas vezes a raiz do problema está ali: na parte submersa do iceberg que foi negligenciada.
Por outro lado, quando se cuida de tudo isso — quando se pensa antes de falar, quando se escuta antes de responder, quando se escolhe o melhor meio para transmitir uma ideia —, a comunicação flui. Torna-se clara, estratégica, respeitosa. E o melhor: eficaz.
Comunicar bem é muito mais do que falar bem. E vai além de dominar um boa retórica. Na verdade, deve incluir: preparar, escutar, adaptar, revisar.
É por isso que eu costumo dizer que a comunicação começa no silêncio. É ali, nos bastidores do que será dito, que tudo começa a se construir. E é esse cuidado que transforma falas em pontes, textos em diálogos, apresentações em conexões reais.
Então, da próxima vez que você for se comunicar, pense no iceberg inteiro. Pergunte-se:
Qual é a intenção por trás da minha mensagem?
Qual o melhor canal?
Estou considerando quem vai receber e como será interpretado?
Eu realmente preparei essa fala ou apenas reagi?
Porque a velocidade com que falamos pode até impressionar, mas é a profundidade da comunicação que conecta.
E você, tem se preocupada com a profundidade da sua comunicação?
Se desejar que sua equipe possa ter uma comunicação mais assertiva, uma oratória que encante a audiência, faça contato, pois temos um treinamento "mão na massa" com esse objetivo e exatamente dentro desse pilares.