Learning Agility: Aprendizagem que move

7/2/20254 min read

Em um mundo onde as mudanças são constantes, rápidas e imprevisíveis, saber muito já não é suficiente. A capacidade de aprender rapidamente, se adaptar e aplicar esse aprendizado em novas situações se tornou uma das competências mais valiosas no ambiente corporativo. É aí que entra o conceito de Learning Agility, ou agilidade de aprendizagem, ou seja, a habilidade de aprender, desaprender e reaprender com velocidade e propósito.

De acordo com o relatório Learning Agility: Unlock the Lessons of Experience, da consultoria Korn Ferry, profissionais com alta agilidade de aprendizagem têm mais chances de crescer na carreira e de liderar em contextos incertos. Isso porque não se apegam ao que sempre fizeram: estão constantemente buscando novas formas de pensar, agir e entregar resultados.

A consultoria, referência global no tema, identifica cinco dimensões comportamentais que ajudam a reconhecer e desenvolver a Learning Agility nas equipes. São elas: a agilidade mental, agilidade com pessoas, a agilidade em mudanças, a agilidade para resultados e o autoconhecimento.

Como identificar as dimensões em equipes:

Você pode observar Learning Agility a partir de comportamentos em cinco grandes dimensões mapeadas pela Korn Ferry:

1. Mental Agility - Agilidade mental

Capacidade de lidar com ideias complexas e enxergar problemas sob novos ângulos.
Sinais: Faz boas perguntas, pensa fora da caixa, aprende rápido com contextos desafiadores.

2. People Agility - Agilidade de pessoas

Facilidade para trabalhar com perfis diversos e aprender com os outros.
Sinais: Escuta ativa, empatia, busca feedback, aprende em grupo.

3. Change Agility – Agilidade para mudanças

Gosto por inovação e disposição para mudar.
Sinais: Entusiasmo por novas abordagens, proatividade frente ao novo.

4. Results Agility- Agilidade para resultados

Capacidade de manter o foco e alcançar resultados em situações novas ou ambíguas.
Sinais: Aprende com erros, se adapta com rapidez, faz entregas consistentes.

5. Self-awareness - Autoconhecimento

Reconhece limites, busca desenvolvimento e aprende com as próprias falhas.
Sinais: Humildade intelectual, reflexividade, abertura ao crescimento.

Além de observar as dimensões, é necessário desenvolvê-las. Aqui nós trabalhamos isso de forma bem evidente, nos valemos da nossa metodologia Mão na Massa, que usa ferramentas disruptivas e lúdicas. A seguir iremos apresentar como trabalhamos essas dimensões em nossos treinamentos.

COMO DESENVOLVEMOS LEARNING AGILITY EM TREINAMENTOS

1. Aplicamos metodologias ativas

Trabalhamos com desafios reais, dinâmicas práticas e simulações, que exigem tomada de decisão rápida e flexível. Utilizamos ferramentas como jogos corporativos, estudos de caso, design thinking e outras experiências que colocam os participantes em movimento e reflexão constante.

2. Incentivamos a aprendizagem entre pares (social learning)

Criamos ambientes em que as pessoas aprendem com as pessoas, seja por meio de comunidades de prática, rodas de conversa, trocas estruturadas ou mentorias cruzadas. Esse processo reforça a empatia, a escuta e a aprendizagem coletiva, fundamentais para desenvolver agilidade social e adaptabilidade. Caso queria saber mais sobre social learning, temos um texto aqui no blog que fala somente desse assunto.

3. Trabalhamos com ciclos curtos de experimentação e feedback

Utilizamos métodos como o Sprint, adaptado para contextos organizacionais diversos, promovendo um percurso prático em 5 passos (ou 5 dias), do problema à prototipagem da solução. Esse processo gera aprendizados rápidos e aplicáveis, além de estimular a experimentação segura e o aprendizado com erros.

4. Utilizamos ferramentas de diagnóstico e acompanhamento

Aplicamos checklists, autoavaliações e práticas reflexivas baseadas nos cinco pilares da Learning Agility para que os participantes desenvolvam consciência de suas habilidades, pontos de melhoria e evolução no processo.

5. Cultivamos uma cultura de aprendizagem contínua durante os treinamentos

Integramos curiosidade, segurança psicológica e incentivo ao protagonismo em todas as etapas. Reconhecemos e valorizamos quem aprende, compartilha e se permite experimentar, porque evoluir em movimento também é uma escolha cotidiana.

Um exemplo prático de um treinamento que ofertamos: o método Sprint

Uma das formas mais interessantes de aplicar esse conceito na prática é por meio de métodos ágeis que estimulam o aprendizado rápido e a prototipagem de ideias. Um exemplo é o método Sprint, criado pelo Google Ventures. Trata-se de um processo de cinco dias, com etapas bem definidas, para testar, validar e materializar ideias com agilidade.

Em apenas uma semana, ou em 5 passos, equipes passam por momentos de entendimento do problema, geração de soluções, escolha da melhor ideia, construção de um protótipo e teste. Tudo isso promovendo aprendizado acelerado, colaboração e tomada de decisão ágil. É um verdadeiro exercício de "tirar do papel" aquilo que muitas vezes fica preso em apresentações ou planejamentos eternos.

Além de ser uma ferramenta disruptiva para inovação, o Sprint é um exemplo concreto de como a aprendizagem contínua pode ser incorporada de forma viva, conectada aos desafios reais do negócio, incentivando a experimentação e a evolução constante das equipes.

No Brasil: da teoria à prática

Por aqui, o tema tem ganhado cada vez mais espaço. A agilidade de aprendizagem já é pauta constante em programas de liderança e capacitação de grandes empresas e tem sido amplamente discutida em eventos como o CBTD (Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento).

Organizações que desejam se manter competitivas precisam sair da lógica do treinamento pontual e investir em modelos que favoreçam a aprendizagem contínua, o compartilhamento entre pares, o uso de metodologias ágeis e o incentivo à curiosidade.

Aprender virou habilidade estratégica

Fomentar uma cultura de aprendizagem contínua e estimular a agilidade de aprendizagem nas equipes é muito mais do que uma tendência: é uma estratégia de sobrevivência e crescimento em um mundo onde o novo chega todos os dias.

E, para isso, o primeiro passo pode ser simples: criar espaço para que as pessoas testem ideias, aprendam com os erros, compartilhem experiências e façam da aprendizagem um hábito — não um evento.

Se quiser saber mais sobre o método ágil Sprint, nós temos um treinamento totalmente inspirado na abordagem descrita por Jake Knapp no livro Sprint: o método usado no Google para testar e aplicar novas ideias em apenas cinco dias. Adaptamos a proposta original para diferentes contextos organizacionais, mantendo a essência prática, colaborativa e focada em resultados. O treinamento pode ser aplicado em 5 dias completos ou distribuído em 5 passos dinâmicos, respeitando o ritmo e as necessidades da sua equipe, sempre com foco em transformar ideias em ação de forma rápida, criativa e estruturada.

Saiba mais em:

BERSIN, Josh. Learning in the flow of work. Josh Bersin Company, 2022.

JOSH BERSIN ACADEMY. Tendências globais em L&D.

KORN FERRY. Learning Agility: Unlock the Lessons of Experience. 2019.

KNAPP, Jake; ZERATSKY, John; KOWITZ, Braden. Sprint: o método usado no Google para testar e aplicar novas ideias em apenas cinco dias. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017.