O que de fato move o mundo: as perguntas ou as respostas? 1,2,3 valendo...

6/26/20243 min read

No início do ano, fiz um curso (iniciação em design de produtos digitais) destinado às pessoas com 50+ que desejam migrar de carreira, oferecido pelo Môre. Eu simplesmente amei o curso. Em uma das aulas de Discovery, o professor indicou um livro de pesquisa, e eu fiz o quê? Rapidamente comprei-o para ler. Que livro espetacular! Eu, como professora já tinha lido alguns livros sobre pesquisa, de autores renomados, mas o livro: O Teste da Mãe: Como conversar com clientes e descobrir se sua ideia é boa, mesmo com todos mentindo para você - me surpreendeu. E é sobre ele que irei dedicar o texto do blog desta semana. A ideia aqui não é fazer um resumo da obra, mas trazer alguns insights destinados à usabilidade do conteúdo do livro, que é bem interessante, para o universo da aprendizagem corporativa.

Para começar, o êxito de qualquer treinamento/curso/palestra está totalmente atrelado ao conhecimento da audiência e isso não é uma novidade. Diante disso, "O Teste da Mãe", escrito por Rob Fitzpatrick e traduzido por Daniel Salengue, oferece insights valiosos sobre como obter feedback honesto e útil das pessoas entrevistadas. A ideia central do livro é simples: as pessoas geralmente são educadas demais para serem verdadeiras, especialmente em contextos de negócios. Portanto, cabe ao o entrevistador, fazer perguntas inteligentes que evitem respostas vagas, polidas ou fora contexto.

Bom, se as pessoas tendem a não darem feedbacks reais, que dirá os funcionários, não é? Aqui nem preciso explicar muito o porquê dessa afirmação. Então, as instruções do livro são valiosas para conseguir romper essas barreiras e, de fato, acessar o que realmente interessa, durante uma entrevista com os funcionários.

O título do livro refere-se a uma brincadeira com a questão de que a mãe tende a sempre elogiar as invenções do seu filho. Mas, ele comprova que até se a mãe for a entrevistada, pelo modo correto, ela dará melhores e verdadeiras respostas sobre o assunto pesquisado.

Se em um treinamento e/ou curso corporativo, o primeiro passo é entender quem é sua audiência, é vital ir além das respostas superficiais. Portanto, na ótica do livro, em vez de perguntar aos funcionários se eles gostaram do treinamento anterior, pergunte sobre desafios específicos que enfrentaram ao aplicar os conceitos aprendidos. Questione sobre situações reais onde o curso fez diferença ou deixou a desejar. Essas perguntas direcionadas ajudarão a revelar as necessidades reais e as áreas onde o treinamento e/ou curso pode ser aprimorado e, inclusive, oferece pistas para os próximos conteúdos que devem ser trabalhados.

De posse de um feedback honesto, a próxima etapa é aplicá-lo de forma eficaz. O livro destaca a importância de identificar padrões nas respostas. No contexto corporativo, isso pode significar que várias equipes enfrentam dificuldades similares ou que certos métodos de ensino são mais eficazes do que outros, o que pode ser utilizado para ajudar a estruturar futuros treinamentos e garantir que eles sejam mais relevantes, impactantes, quiçá assertivos.

Enfim, acredito que o livro é uma excelente indicação de leitura também para treinadores, sobretudo, para profissionais de Recursos Humanos (RH), uma vez que oferece de modo prático e aplicável ideias para condução de entrevistas mais assertivas, propiciando mais conhecimento real do assunto.

Agora sim, voltando a pergunta feita no título do texto...O que de fato move o mundo: as perguntas ou as respostas? Eu estou mais que convencida que são as perguntas e você?

Em tempo... no final do livro tem uma lista maravilhosa com as principais habilidades referentes à pesquisa e a indicação do capítulo em que cada uma delas está. No mais... boa leitura!