Produtividade real: o que funciona no seu dia e não só no feed das redes sociais
4/9/20253 min read


Será que todos temos as mesmas 24h?
Quis começar com essa pergunta porque ela é uma das maiores mentiras repetidas como mantra por gurus da produtividade. À primeira vista, essa afirmação até soa motivacional — mas esconde uma armadilha perigosa: a da comparação rasa e da tal “meritocracia”.
A verdade é que não, não temos as mesmas 24h. Embora o relógio marque o mesmo número de horas para todos, as condições em que cada pessoa vive, trabalha, cuida dos outros (ou de si mesma) e realiza suas tarefas são absolutamente diferentes. E isso muda tudo.
Há quem tenha ajuda em casa, flexibilidade de horário, saúde física e emocional equilibradas, além de uma boa rede de apoio. E há quem esteja dividindo o tempo entre dois empregos, filhos, estudos e a saúde mental por um fio. Comparar essas rotinas como se fossem equivalentes não é apenas injusto — é cruel, para não dizer letal.
É dentro dessa ótica que penso e trabalho a gestão do tempo. Afinal, a produtividade que realmente importa é aquela que respeita a nossa vida.
Ter uma relação mais saudável com o tempo não significa seguir fórmulas prontas ou métodos milagrosos. Significa olhar para o seu contexto real, entender o que faz sentido para para nós e, dentro da nossa realidade, construir estratégias para um melhor relacionamento com o tempo — com as nossa 24h, que são diferentes das de qualquer outra pessoa.
Acredito que precisamos fazer as pazes com o tempo e tê-lo a nosso favor. Mas como fazer isso? Como especialista no assunto, essa é a pergunta que mais escuto.
E para não repetir exatamente aquilo que acabei de criticar — regras iguais para todos — aqui vão 5 ideias práticas para aplicar a gestão do tempo de forma individualizada:
1. Faça um raio-x da sua rotina (sem julgamento)
Antes de mudar qualquer coisa, observe. Anote, por três dias, como você tem usado seu tempo. Faça duas colunas: em uma, registre o horário; na outra, a tarefa correspondente. A ideia aqui não é tentar melhorar, apenas registrar. Isso trará clareza sobre como você usa o tempo, o que te esgota e o que te nutre e, mais ainda, em um segundo momento observar o que pode ser ajustado ou até mesmo descartado.
2. Defina o que é prioridade para você (e não para o algoritmo)
Criar rotinas ajuda — e muito. O cérebro ama previsibilidade. Mas, não tente seguir a rotina de quem você acompanha nas redes sociais. Use seu raio-x como base para decidir o que pode ser feito sempre no mesmo horário, o que pode ser agrupado. Spoiler: blocos de atividades economizam energia. (Sim, essa é a dica 4 chegando...)
3. Aceite que haverá dias intensos — e tudo bem
Produtividade real não é ter dias perfeitos. É manter o foco no processo, entendendo que nem todos os dias renderão igual. Respeitar seus ciclos e limites não te faz preguiçoso(a), te faz humano(a).
4. Estabeleça blocos de tempo (quando possível)
Agrupar tarefas semelhantes em blocos ajuda a manter o foco e a reduzir o cansaço mental. Responder e-mails em um período só, concentrar reuniões em um único turno… são pequenos ajustes que fazem diferença no fim do dia.
5. Inclua pausas reais — e sem culpa
Parar também é parte da produtividade. Faça pequenas pausas entre tarefas e permita-se um respiro verdadeiro: um café com calma, uma caminhada, uma respiração consciente. Isso não é perder tempo — é ganhar clareza.
Mas, nada disso funcionará se você não tiver clareza do seu propósito, das suas atividades e do porquê de cada ação — seja na vida pessoal ou profissional.
A produtividade real se constrói no cotidiano, no dia a dia. Ela não tem nada a ver com dicas perfeitas em feeds de "gurus". Ela se parece muito mais com aquele dia em que você fez o melhor que pôde, com o que tinha, respeitando seus limites e celebrando pequenas conquistas.
Como nos ensina James Clear, autor de Hábitos Atômicos: pense em ser 1% melhor a cada dia.
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