Antroposofia e Aprendizagem Multissensorial: pilares da metodologia que inspira a prática
7/16/20252 min read


Este é o segundo texto da série em que compartilho os fundamentos teóricos e práticos que sustentam a metodologia da Strategic Bricks — abordagem pela qual fui recentemente certificada pela Escola de Inspirações. Depois de explorar os conceitos da Andragogia, hoje trago dois pilares igualmente transformadores: a Antroposofia e a Aprendizagem Multissensorial.
Antroposofia: educação para o ser humano integral
Criada por Rudolf Steiner no início do século XX, a Antroposofia é uma ciência espiritual que busca compreender o ser humano de forma integral: corpo, alma e espírito. Ela propõe uma atuação consciente em diversas áreas da vida, incluindo a educação, a arte, a medicina e a organização social.
Na educação, a Antroposofia inspira a Pedagogia Waldorf, que valoriza o ritmo de desenvolvimento do indivíduo, a expressão artística, o contato com a natureza e o respeito ao tempo interno de cada pessoa. Mas os princípios vão além da infância: eles também se aplicam ao contexto organizacional e corporativo, reforçando o olhar para o ser humano não apenas como um recurso, mas como um sujeito de transformação.
Nos treinamentos que aplico, esse pilar reforça a importância de olhar o todo: não se trata apenas de capacitar habilidades técnicas, mas de estimular a consciência, a escuta, o autoconhecimento e o propósito; ingredientes essenciais para líderes e equipes em tempos de mudanças intensas.
Aprendizagem Multissensorial: o corpo todo aprende
A Aprendizagem Multissensorial parte do princípio de que quanto mais canais sensoriais são ativados em um processo de aprendizagem, mais profunda e significativa é a retenção do conteúdo. Isso se alinha à neurociência e à pedagogia contemporânea, que demonstram que pessoas aprendem melhor quando têm acesso a estímulos visuais, auditivos, táteis e cinestésicos.
Em vez de depender apenas da escuta passiva ou da leitura, treinamentos multissensoriais utilizam movimento, manipulação de materiais, práticas corporais, arte, jogos, simulações e recursos visuais, o que favorece a compreensão de conceitos complexos e a fixação da experiência.
Essa abordagem dialoga diretamente com a proposta da Strategic Bricks, que é “mão na massa” do início ao fim. Ao usar blocos e outros materiais lúdicos nas dinâmicas e construção em grupo, colocamos os participantes em ação, fortalecendo o aprendizado por meio da experiência, da emoção e da corporeidade.
Por que tudo isso importa?
Unir Antroposofia e Aprendizagem Multissensorial amplia o impacto dos treinamentos. Enquanto a primeira propõe uma visão mais humana e integral, a segunda nos lembra de que aprendemos com o corpo todo — e não apenas com o intelecto.
Esses pilares tornam os treinamentos mais significativos, práticos e transformadores, porque despertam a consciência e criam experiências que tocam, movem e permanecem.
E esse é exatamente o propósito da formação que concluí na Escola de Inspirações: formar profissionais que educam pela experiência, com ferramentas que inspiram e transformam — de dentro para fora.
Na próxima semana, trago mais um pilar dessa metodologia tão rica e inspiradora. Fique de olho!
Saiba mais em:
FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade e Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
STEINER, Rudolf. A Ciência Oculta. São Paulo: Antroposófica, 2001.
WILLIS, Judy. Research-Based Strategies to Ignite Student Learning: Insights from a Neurologist and Classroom Teacher. Alexandria: ASCD, 2006.